Caibar Schutel, um importante personagem da história de Matão

A história de Matão reserva alguns fatos os quais não podem passar despercebidos pelos cidadãos matonenses. Um deles diz respeito a um ilustre cidadão o qual teve grande influência em nossa política local, mas também como um dos maiores nomes do espiritismo, reconhecido nacional e internacionalmente, levando o nome de Matão para os mais diversos lugares e contribuindo decisivamente para a construção histórica de nossa cidade.
O nome de Caibar de Souza Schutel estará para sempre frisado nos registros da cidade de Matão, tanto pelas questões políticas, sendo ele um dos primeiros Intendentes (correspondente à Prefeito atual) entre 1899 e 1900, assim também à divulgação da doutrina espírita através de publicações e a criação do um renomado centro espírita. Em 1880 abandonou o colégio e empregou-se em uma farmácia da rua 1 de Março (a Casa Granado?), como aprendiz. Ali se especializou como farmacêutico prático, adquirindo conhecimentos da manipulação de xaropes, poções e essências, e na nomenclatura dos medicamentos.

Mudou-se para Piracicaba e depois para Araraquara, onde, em 1891, empregou-se Farmácia Moura. Em 1893 passou a trabalhar como entregador de mercearia vindo a adquirir, no ano seguinte (1894), um pequeno sítio para cultivar frutas e verduras. Complementarmente, abriu um pequeno comércio.
Em 1895 um surto de febre amarela grassou em Araraquara. Como prático de farmácia, atuou no combate à moléstia. Nesse mesmo ano mudou-se, provavelmente para Itápolis.

Foi no ano de 1896 o qual ele mudou-se para a pequena povoação de São Bom Jesus do Matão, a qual seria elevada à categoria de município apenas 2 anos depois. Criou a primeira farmácia, localizada hoje na esquina da Rua Rui Barbosa com Rua 28 de agosto, a qual leva seu nome. 

O CLARIM
A 15 de julho de 1905 fundou o "Grupo Espírita Amantes da Pobreza" (atual Centro Espírita O Clarim). No mês seguinte, fundou o jornal espírita "O Clarim" (15 de agosto), em formato pequeno, que logo se ampliou, atingindo, no século XXI, a tiragem de 10.000 exemplares. Neste período, manteve viva polêmica com o padre João Batista Van Esse, que quase terminou em tragédia, não fosse a intervenção de um advogado, aborrecido com o barulho provocado pelo clérigo e seus apoiantes. No final desse mês desposou Maria Elvira da Silva Schutel (31 de agosto).
Em 1912, já conhecido como o "Pai dos Pobres de Matão", fundou um pequeno hospital de caridade, para atender aos doentes pobres. Dois anos mais tarde, em 1914, começou a visitar os presos na Cadeia Pública de Matão, onde era chamado sempre que algum detento era acometido de surto psicótico. Dentro dessa linha de atividades, em 1917 estendeu as visitas aos detidos na Cadeia de Araraquara, onde proferia palestras.
A 15 de fevereiro de 1925, fundou com o auxílio moral e material do amigo Luiz Carlos de Oliveira Borges a RIE - Revista Internacional de Espiritismo, publicação mensal dedicada aos estudos dos fenômenos anímicos e espíritas.
No período de 19 de agosto de 1936 a 2 de maio de 1937 profere, aos domingos, as conhecidas quinze "Conferências Radiofônicas", através da Rádio Cultura PRD—4, de Araraquara, publicadas em livro no mês de setembro de 1937.
Após curta enfermidade, tendo falecido vítima de um aneurisma cerebral às 16:15, na mesma noite, através do médium Urbano de Assis Xavier, comunicou-se e sugeriu a seguinte frase para a lápide em seu túmulo: "Vivi, vivo e viverei porque sou imortal".

Esse então é sem dúvida um dos vultos de nossa cidade, o qual contribuiu de forma excepcional para o lado intelectual, religioso e político da cidade de Matão, além de levar o nosso nome mais longe.

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