O empreendedorismo matonense já foi tratado em outros assuntos, como a criação de novos produtos industriais pioneiros, entre outros. No post de hoje, vamos falar um pouco mais sobre isso, e acreditem, Matão já teve sua própria indústria automobilística.
Dois modelos de carros foram produzidos aqui em nossa cidade: o GT Malzoni e o Carcará, ambos de caráter esportivo, mas que ganharam repercussão nacional.
GT Malzoni
Por volta dos anos 1960, a fabricante de veículos esportivos Puma, necessitava de um novo modelo para sua linha DKW. Nesse período, foi então que surgiu um visionário matonense, chamado Genaro “Rino” Malzoni. Rino Malzoni era projetista próprio de carrocerias e foi então que teve a idéia de criar um chassi e carroceria dentro dos padrões que exigiam a fabricante Puma.
O projeto foi apresentado por volta do anos de 1963 com duas versões, sendo uma espartana para pistas de corrida e outra para passeio. Surgia então, o GT Malzoni, primeiro carro de corrida construído em Matão.
A oficina para a construção do veículo era localizada na Fazenda Chimbó, como é citado em uma reportagem “A história de nosso grã-turismo começou em 1964, quando Malzoni fez o primeiro protótipo para as pistas com uma carroceria em chapas de metal. Foi feito em sua fazenda de cana-de-açúcar em Matão, interior de São Paulo. O sucesso nas corridas não demorou. Ganhou cinco provas em 1965. Sua estréia foi no Grande Prêmio das Américas, em Interlagos, e obteve o primeiro lugar entre os protótipos. Havia muitos desses "especiais" na época competindo, alguns com carrocerias bizarras.”
O GT Malzoni foi então utilizado nas disputas de corridas no bairro da Barra da Tijuca, zona oeste da cidade do Rio de Janeiro.
Vale lembrar, que ao todo foram construídos cerca de 170 GT Malzoni em parceria com a Puma, sendo assim esses carros são tão raros de serem encontrados nos dias atuais.
Carcará
Pois bem, se o empreendedorismo de Rino Malzoni gerou o GT Malzoni, alguns anos depois um novo carro foi projetado e construído na Fazenda Chimbó em Matão: o Carcará. E esse não foi um carro qualquer, sendo considerado apenas, o carro mais veloz e potente do Brasil na época. Pois é, das fazendas matonenses, surgiram um carro que era “meio pássaro, meio foguete.”
Foi no bairro da Barra da Tijuca no Rio de Janeiro que o Carcará atingiu a marca de 212 Km/h, sendo o primeiro recorde brasileiro e que abriu um grande caminho para a indústria automobilística brasileira.
O próprio design do projeto Carcará era inovador e muito arrojado para a época, possuindo já as características de um carro voltado para as altas velocidades. O nome do veículo foi em referência à uma ave típica das matas brasileiras, lembrando então que o carro era genuinamente nacional.
A revista Quatro Rodas do ano de 1965 destacou esse carro que surgiu nos canaviais matonenses.
Essa é mais uma marca que Matão deixa em sua história, mais um orgulho que nós, cidadãos matonenses devemos ter de nossa cidade. Aqui, além de gente trabalhadora, temos também pessoas com visão de futuro, com criatividade e que sempre está levando o nome de nosso município cada vez mais longe, em todas as áreas, inclusive na automobilística.
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