A queda de sete secretários municipais em Matão: entenda realmente os motivos

Nessa semana, a Prefeitura Municipal anunciou uma série de mudanças e exonerações em relação ao seu secretariado. Esse tipo de alterações faz parte do jogo político e é comum, pois seja em qualquer esfera do poder executivo, sabemos que ocorrem mudanças por parte de quem o governante quer em sua equipe. Dessa maneira, nomes vão saindo ou sendo remanejados, sejam por questões práticas, estratégicas, políticas ou por força maior como denúncias de corrupção e/ou insatisfação popular.
Vamos entender especificadamente no caso de Matão, porque sete nomes caíram da administração municipal nos últimos dias. Em primeiro lugar, eles não saíram por vontade própria e sim foram exonerados (leia-se demissão para cargos públicos) pelo prefeito Adauto. Em segundo, a situação ocorreu por motivos ligados às siglas partidárias e já a dança das posições para as eleições municipais de 2012.
O que estava em questão era o apoio ou não à atual gestão no lesgilativo e também qual será o nome a ser apoiado pelo prefeito Adauto como seu futuro sucessor à partir de 2013. O PSB (Partido Socialista Brasileiro) em Matão, sempre esteve ligado à gestão do PT, inclusive fazendo parte de sua base de apoio na Câmara Municipal com dois vereadores: Edinardo Esquetini (ex-presidente da Câmara) e Sebastião Trigo. Além disso, o vice-prefeito Luizinho Pedro Antônio também era do PSB. Todos os nomes exonerados eram diretamente ligados à algum desses três integrantes do partido socialista.

Porém, como tudo na política leva em consideração maior os interesses pessoais ou de uma sigla como um todo, nas últimas semanas o PSB municipal deixou de integrar a base governista, migrando então, para a oposição. O motivo principal foi a demora (ou principalmente a falta de intenção) do prefeito Adauto em apoiar diretamente a pré-candidatura do vereador Edinardo Esquetini (PSB) para a prefeitura, encontrando esse e seus aliados, conforto nos braços da oposição, diga-se o PSDB municipal, partido com o qual estão avançadas as negociações para lançarem uma chapa coligada no próximo ano.O problema nesse ponto é aliança com Jayme Gimenez e Moacir Matturo, nomes que infelizmente acabam por deixar a desejar os ideais que tem à favor da cidade e a relação com a população em períodos fora da eleição.
O vice-prefeito Luizinho Pedro Antônio, não concordando com seu próprio partido se tornar oposição ao governo ao qual ele faz parte, migrou então para o PT, partido esse, o qual tem grandes chances de que ele concorra à vereador no próximo pleito. Já quanto aos nomes exonerados, esses tinham forte ligação com o ex-partido governista e agora oposicionista. Vale lembrar, que esses ex-secretários como Valter Luiz Trevizaneli (Valtinho) e Pablo Alexandre Ziglio, desempenhavam funções importantes e essenciais para o desenvolvimento da cidade. O primeiro era o titular da pasta de Desenvolvimento Econômico e o segundo diretor de Indústria e Comércio.
Nota-se, coincidência ou não, essas duas áreas são algumas das que a população matonense mais sente que não houve grandes avanços na gestão Adauto até então. Quantas vezes não ouvimos as pessoas reclamando sobre a falta de instalação de novas indústrias em Matão, enquanto em cidades vizinhas os investimentos nesse sentido são grandes? Ou que o comércio de Matão é fraco? – responsabilidade da Diretoria de Indústria e Comércio e até então de Pablo Zíglio. E o Distrito Industrial? Onde é mais fácil conseguir um terreno em Dobrada do que em Matão? Onde parece existir uma falta de vontade e incentivo ao empreendedor matonense e em 6 anos, nem a infra-estrutura básica está completa no local? Era responsabilidade do ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, Valtinho. Pelo visto, essas pastas estavam emperradas e o prefeito fez certo nessa reforma do secretariado. Os interesses políticos pesavam mais que o bem da população.
Agora não devemos deixar de concordar que Adauto erra ao demorar tanto para indicar quem será o candidato à sua sucessão. A aliança com o PSB (principalmente com os vereadores) sempre foi estratégica, pois esse era inclusive, o partido de seu vice-prefeito e havia sim, bons nomes, inclusive com chances reais de vitória à serem apoiados. O partido, inclusive, sempre mostrou disposição em continuar os projetos de governo da atual gestão do PT. A popularidade do prefeito Adauto é realmente satisfatória, mas o nome a ser apoiado por ele não pode ser de algum desconhecido ou de alguém que não tenha fortes contatos com a população. Cabe agora à prefeitura decidir ou não como será essa briga futura. Pelo visto, o PSB já está do outro lado.
Quanto aos novos nomes indicados pelo prefeito para assumir essas duas vagas e as outras cinco secretarias, parecem ser bons nomes e de grande gabarito. A exemplo de Sérgio Alves de Oliveira (Desenvolvimento Econômico) e Maria Alice Garcia Caparelli (Indústria e Comércio). Torcemos agora para que nesses 13 meses restantes de governo, possam desempenhar um bom trabalho, à altura de seus currículos e recuperar o tempo perdido que o secretariado anterior deixou nessas pastas tão importantes e que influenciam a vida de todos nós.

Nenhum comentário:

Postar um comentário