A população de Matão já conhece há pelo menos uma década quão oneroso é fazer uma viagem de menos de 30 km entre as cidades vizinhas de Matão e Araraquara pela Rodovia Washington Luís. A praça de pedágio instalada nesse trecho é uma das mais caras não apenas do Estado de São Paulo como do Brasil inteiro. O motorista que pretende viajar no trajeto entre as duas cidades precisa desembolsar atualmente R$ 11,25 em cada sentido, ou seja, se gasta mais com pedágio do que com combustível.
O Blog Matão Hoje em Dia por diversas vezes já se posicionou contra a cobrança abusiva dos pedágios em nosso Estado e a forma como o Governo do Estado vem conduzindo a questão há mais de dez anos. Privilegiando os mais ricos e os donos das concessionárias em detrimento da população em geral.
Praticamente todos os contratos firmados com as concessionárias permitem circunstâncias abusivas, como o valor da tarifa, a distância entre uma praça e outra e a cláusula que diz “caso as concessionárias não obtenham lucro apenas com a cobrança dos pedágios, o Governo do Estado de São Paulo deve subsidiar as empresas com verbas públicas”. Além do preço estratosférico das tarifas, o dinheiro público ainda deve contemplar essas empresas.
Mais próximo de nossa realidade, a praça de pedágio entre Matão e Araraquara mostra o absurdo dessa situação. Os prefeitos e empresários da região de Araraquara se reuniram e enviaram uma carta-protesto ao governador Geraldo Alckmin cobrando soluções para essa tarifa descabida. O governador Alckmin teria também achado abusivo o valor da tarifa nessa praça, mas vale lembrar que os contratos firmados com as concessionárias os quais cedem todo privilégio a elas, foram feitos em suas gestões ou de seus colegas de partido (Mário Covas e José Serra).
A solução encontrada entre a concessionária Triângulo do Sol e o Governo do Estado foi a construção de uma nova praça de pedágio (mais uma!), entre Araraquara e São Carlos, o que dividiria a tarifa entre as duas praças, reduzindo em 50% no trecho entre Araraquara e Matão. Vale lembrar que no trajeto São Carlos – Araraquara não existe rodovia alternativa, os moradores e trabalhadores dependem exclusivamente da Rodovia Washington Luís. Um absurdo sem tamanho que gerou reação imediata do prefeito de Ibaté José Luiz Parella.
O desenvolvimento de Ibaté, Araraquara e Matão estariam visivelmente prejudicados com a construção de uma nova praça de pedágio. A concessionária alega que em seu contrato firmado com o governo paulista em 1999, prevê a construção de uma praça de pedágio a (apenas) cada 30 km. Em contratos firmados a partir de 2004 a distância mínima entre uma praça e outra é de 65 km.
Vale lembrar que existe uma praça de pedágio em Fernando Prestes, um pouco antes de Taquaritinga, logo em seguida outra em Araraquara e logo após uma outra ainda em São Carlos. Ou seja, seria mais uma praça de pedágio nesse entre-trecho.
A população também deve se posicionar e caso o governador Geraldo Alckmin e a concessionária Triângulo do Sol leve esse projeto à sério, nosso desenvolvimento e empregos estarão seriamente em risco. Não podemos permitir mais esse abuso do poder privado, o qual visa apenas o lucro contra a sociedade em geral, seu direito constitucional de ir e vir.
Em um último post tratado sobre os pedágios paulistas, lembramos que os serviços prestados por essas empresas são os mesmos há 12 anos. E a frota de veículos nas estradas aumentou em progressão geométrica, sendo assim, a arrecadação dessas empresas também. Apenas isso já é um grande argumento para que não haja a construção de mais uma praça de pedágio e para que ocorra a redução real da tarifa na praça entre Matão e Araraquara.
Nenhum comentário:
Postar um comentário