Cidade arborizada é essencial. Mas como arborizar?


Um dos principais indicadores de uma boa qualidade de vida em uma cidade é a sua arborização. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), em cada cidade o nível mínimo de arborização é de pelo menos 12m² por habitante. Ou seja, isso comprova a real necessidade de uma quantidade adequada de área verde nos municípios.

Matão atende essa expectativa e temos uma arborização considerável, mesmo a maior parte delas estando concentradas em praças e parques como o Parque Ecológico Municipal, Matinha do Bosque e Praça da Abolição. A arborização de ruas, ou seja, aquela entre as vias também apresenta uma boa quantidade, atendendo praticamente todos os bairros de nossa cidade. Levando em consideração outros dados da OMS, a arborização em uma cidade pode reduzir a temperatura, tomemos como exemplo a nossa maior metrópole. Na cidade de São Paulo, em bairros densamente arborizados ou em regiões como a Cidade Universitária da USP, a temperatura pode ser até 5º C menor do que na região central. Vamos concordar que 5º C não é pouca coisa. E isso acontece também em cidades menores, inclusive em Matão.

Curitiba, Maringá (PR) e João Pessoa (PB) são as três cidades mais arborizadas do Brasil e apresentam um coeficiente de mais de 100m² de área verde por habitante, sendo assim, quase 10 vezes mais que o recomendado pela OMS, infelizmente uma realidade muito distante da maioria das cidades brasileiras. Em Matão, esse índice está em 18 m² de área verde por habitante, um pouco acima do ideal enquanto em São Paulo o índice é metade do matonense, 9m² por habitante.

Compreendemos que a arborização é necessária e ela deve fazer parte, inclusive do Plano Diretor de cada município, onde eles existem. Em Maringá (PR), em cada bairro novo criado, ocorre a necessidade do plantio de árvores antes até do início da construção das casas.
Porém a arborização não pode ser feita de qualquer maneira. Em cidades do interior paulista, principalmente as de nossa região, incluindo Matão, as prefeituras incentivam o plantio de uma espécie chamada “Oiti” na calçada de cada residência, distribuindo até, mudas dessa planta. Nada contra esse tipo de árvore, mas quando a arborização é feita majoritariamente com uma espécie, acaba se tornando algo artificial, sem a criação de habitat para animais e suscetível a pragas e doenças.
Durante os anos 80 e 90, as mesmas cidades do interior paulista incentivavam o plantio de uma espécie chamada “Canelinha”. Praticamente todas as casas com a mesma espécie plantada, até que uma praga chamada “broca da cana”, já que estamos em meio a um mar de canaviais atingiu essas árvores e se alastrou rapidamente, destruindo de uma só vez a arborização de muitas cidades com o apodrecimento dos troncos. O fato de a prefeitura incentivar o Oiti é por ser uma árvore de médio porte e com raízes verticais.
Dessa maneira, essas árvores dificilmente danificarão a rede de energia elétrica, ocasionando prejuízos e interrupções, assim como não há grandes riscos de queda em dias de chuva, sem representar maiores perigos para pedestres e veículos. Além disso, suas raízes dificilmente danificam calçadas e vias públicas.
Vendo por esse lado, existem grandes vantagens, mas nas desvantagens além do risco de pragas e fatores ambientais, a estética também deixa a desejar. Nada mais bonito que cidades com ruas e avenidas cobertas de árvores frondosas, promovendo sombra, habitat para pássaros, flores na primavera e belas paisagens, assim como em algumas ruas centrais de nossa vizinha Araraquara.
Arborização, seja como for é algo obrigatório, porém deveria haver estudos e planejamentos para que não ocorra o plantio apenas de uma espécie, para que haja variação entre os tipos de mudas, tanto nos parques quanto nas próprias ruas. Dessa forma, nossa cidade ficará muito mais bonita e agradável e aumentará a qualidade de vida de todos os cidadãos.

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